quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Entrega


Muitas vezes nossa melhor opção frente às adversidades é simplesmente rir e relaxar!

"No fim, tudo é uma piada."
Charles Chaplin

A aceitação do óbvio

A aceitação do óbvio,
o entendimento daquilo que o coração sente,
isto é o que a vida é e deve ser.
É então que ela fica plena de gratidão.
É então que passa a existir inquebrável, imperturbável felicidade nesta vida.
E isto, para mim, é o que significa receber o Conhecimento. Não é apenas uma coisa. São muitas coisas.
São muitos, muitos, muitos, muitos, muitos, muitos, muitos, muitos entendimentos:
Gratidão não é separada do Conhecimento.
Humildade não é separada do Conhecimento.
Entendimento não é separado do Conhecimento.
Aceitação não é separada do Conhecimento.
E ser um ser humano obviamente não é separado do Conhecimento.
Dignidade não é separada do Conhecimento.


Maharaji

Poema


Nasceste no lar que precisavas,
Vestiste o corpo físico que merecias,
Moras onde melhor Deus te proporcionou,
De acordo com teu adiantamento.
Possuis os recursos financeiros coerentes
Com as tuas necessidades, nem mais,
nem menos, mas o justo para as tuas lutas terrenas.
Teu ambiente de trabalho é o que elegeste
espontaneamente para a tua realização.
Teus parentes, amigos são as almas que atraíste,
com tua própria afinidade.
Portanto, teu destino está constantemente sob teu controle.

Tu escolhes, recolhes, eleges, atrais,
buscas, expulsas, modificas tudo aquilo
que te rodeia a existência.
Teus pensamentos e vontade são a chave de teus atos e atitudes...
São as fontes de atração e repulsão na tua jornada vivência
Não reclames nem te faças de vítima.
Antes de tudo, analisa e observa.
A mudança está em tuas mãos.
Reprograma tua meta,
Busca o bem e viverás melhor.
Embora ninguém possa voltar atrás e
fazer um novo começo,
Qualquer Um pode Começar agora e fazer um Novo Fim.

Psicografia de Chico Xavier

Compreensão...

Acho que meus pensamentos giram em torno de Deus como os planetas em torno do Sol, e são da mesma forma irresistivelmente atraídos por ele. Eu me sentiria como o maior pecador querer opor uma resistência a esta força. (...) compreendi que Deus - pelo menos para mim - era uma das experiências mais imediatas.


C.G.Jung, em "Memórias, Sonhos, Reflexões"

quinta-feira, 10 de setembro de 2009


Faltam-te pés para viajar?
Viaja dentro de ti mesmo, e reflete, como a mina de rubis,
os raios de sol para fora de ti.
A viagem conduzirá a teu ser,
transmutará teu pó em ouro puro.


Rumi

Somos um


Ninguém fala para si mesmo em voz alta.
Já que todos somos um,
falemos desse outro modo.
Os pés e as mãos conhecem o desejo da alma
Fechemos pois a boca e conversemos através da alma
Só a alma conhece o destino de tudo, passo a passo.
Vem, se te interessas, posso mostrar-te.



Rumi

terça-feira, 8 de setembro de 2009


Cada criança nos chega
com uma mensagem de que Deus
ainda não se esqueceu dos homens.
Tagore

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Escutatória

Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar, ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil.
Diz Alberto Caeiro que não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores, é preciso também não ter filosofia nenhuma.

Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia. Parafraseio o Alberto Caeiro: não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma.

Daí a dificuldade, a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor. Sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer, como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor.

Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade. No fundo, somos os mais bonitos...

Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64. Contou-me de sua experiência com os índios. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. Vejam a semelhança...

Os pianistas, por exemplo, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio. Abrindo vazios de silêncio... Expulsando todas as idéias estranhas. Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos. Pensamentos que ele julgava essenciais. São-me estranhos, é preciso tempo para entender o que o outro falou.

Se eu falar logo a seguir, são duas as possibilidades. Primeira: Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado.

Segunda: Ouvi o que você falou. Mas, isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou. Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada.

O longo silêncio quer dizer: Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou. E, assim vai a reunião.

Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir.

Fernando Pessoa conhecia a experiência. E, se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras... No lugar onde não há palavras. A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar.

Para mim, Deus é isto: A beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.


Rubem Alves

Desafio

A mística desafia a razão analítica. Ela a ultrapassa porque expressa a dimensão do espírito, aquele momento em que o ser humano se descobre a si mesmo como parte de um Todo, como projeto infinito e mistério abissal inexprimível. Bem notava o filósofo e matemático Ludwig Wittgenstein na proposição VI de seu Tractatus logico-philosophicus:"O inexprimível se mostra, é o místico". E termina na proposição VII com esta frase lapidar:"Sobre o que não podemos falar, devemos calar". É o que fazem os místicos. Guardam o nobre silêncio ou então cantam como fez Rumi mas de um modo tal que a palavra nos conduz ao silêncio reverente.


Leonardo Boff

Todas as coisas no universo



Todas as coisas no universo se movem do sutil ao manifesto e vice-versa. Seja a forma de uma estrela ou de uma pessoa, o processo é o mesmo. Primeiro a energia sutil existe. A seguir, ela se manifesta e adquire vida.

Depois de um tempo, a vida finda, mas a energia sutil prossegue, retornando ao reino sutil, onde permanesce, ou mais uma vez se ligando a coisas manifestas.
O caráter da existencia de uma pressão é determinado pelas energias as quais ela se vincula.

Conectando-se com energias grosseiras - amando tal pessoa, odiando aquele grupo, rejeitando uma experiência e habitualmente indulgente com outra - ela será então levada a uma série de vidas atreladas, pesadas. Isso pode continuar por um longo e enfadonho tempo.

O caminho do ser integral é unir-se a coisas elevadas. Mantendo-se ligado aquilo que é refinado e sutil, ele atravessa reinos refinado e sutis. Se ele penetra no mundo, faz isso suavamente, sem apego.

Dessa maneira ele pode ir a qualquer lugar sem jamais deixar o centro do universo.

Lao Tse

Súplica

O teu amor veio até meu coração e partiu feliz. Depois retornou, vestiu a veste do amor, mas mais uma vez foi embora. Timidamente lhe supliquei que ficasse comigo ao menos por alguns dias. Ele se sentou junto a mim e se esqueceu de partir.


Rumi

Impermanência



A impermanência do corpo deveria dar-nos grande clareza, aprofundando em nossos olhos e sentidos a maravilha desta misteriosa existência que partilhamos e pela qual certamente estamos apenas passando.
A existência milagrosa e a impermanência da forma sempre fazem dançar e cantar aos Iluminados


Hafiz

Com o olhar celestial


Com o olhar celestial purificado e além da capacidade humana, eu vi como seres desaparecem e voltam a ser novamente. Eu vi o superior e o inferior, o brilhante e o insignificante, e como cada um recebe de acordo com seu Carma, um nascimento favorável ou doloroso.

Buddha


quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Tarô Terapêutico

O Tarô Terapêutico é uma valiosa ferramenta para elucidar os processos terapêutico através do uso das cartas do Tarô. Mas como funciona? "O tarô é um poderoso instrumento de autoconhecimento. Ele nos mostra em suas cartas as posições arquetípicas que estamos vivenciando no momento, traz á luz significados para a situação, elucida o momento e nos indica caminhos a seguir para resolvermos os problemas da vida.

Na terapia o tarô funciona como um espelho que reflete nosso próprio inconsciente, manifestando através dos arquétipos ; quem somos, quem queremos ser, quem podemos ser e as mudanças que devemos iniciar para satisfazer nossas necessidades e sermos mais felizes.
No tarô terapêutico não utilizamos a função de "adivinhação" da leitura de cartas, mas o acesso ao inconsciente coletivo de Jung.

Na nossa jornada de vida, o tarô é um facilitador do processo, pois auxilia a vermos os pontos cegos, ou seja, nossas atitudes negativas e nossa sombra: nosso lado escuro, obscuro e oculto, e que não temos outra forma de ver senão por algum sistema que utilize a noção de "sincronicidade", outro conceito Junguiano." (Roberto Dantas)

Interlúdio

As palavras estão muito ditas
e o mundo muito pensado.
Fico ao teu lado.
Não me digas que há futuro
nem passado.
Deixa o presente — claro muro
sem coisas escritas.
Deixa o presente. Não fales,
Não me expliques o presente,
pois é tudo demasiado.
Em águas de eternamente,
o cometa dos meus males
afunda, desarvorado.
Fico ao teu lado.


Cecília Meireles

As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.


Carlos Drummond de Andrade