- Como és bonita!
- Não é? Respondeu a flor docemente. Nasci ao mesmo tempo em que o sol...
- O principezinho percebeu logo que a flor não era modesta. Mas era tão comovente!
- Creio que é hora do almoço, acrescentou ela. Tu poderias cuidar de mim?...
É bem complicada essa flor... pensava ele.
- Não a devia ter escutado. Não se deve nunca escutar as flores. Basta olhá-las, aspirar seu perfume. A minha embalsamava o planeta, mas eu não me contentava com isso. ... Não soube compreender coisa alguma! Devia tê-la julgado pelos atos, não pelas palavras. Ela me perfumava, me iluminava... Deveria ter-lhe adivinhado a ternura sob os seus pobres ardis. São tão contraditórias as flores! Mas eu era jovem demais para saber amar.
... se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol.
E mais do que aprender a amá-la, ele aprendeu que uma flor, assim como uma mulher, pode ser única, ainda que existam milhares iguais a ela. E, então, diante de um jardim, amou enfim a sua flor. (Rosana Braga)
Saint Exupéry
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